Antecedentes: Os resultados de vários ensaios clínicos randomizados mostraram um efeito benéfico do ozônio na redução de complicações pós-cirúrgicas após cirurgia de terceiros molares mandibulares impactados, mas a literatura carece de uma revisão sistemática e meta-análise.
Métodos: Os autores conduziram esta revisão sistemática de acordo com as diretrizes Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses após a aplicação dos critérios de exclusão e inclusão e os seguintes parâmetros de resultado foram avaliados: dor, inchaço, trismo, qualidade de vida, número de analgésicos consumidos e eventos adversos. O software RevMan Cochrane Collaboration, Versão 5.3, foi usado para realizar a meta-análise e a abordagem Grading of Recomendation Assessment, Development and Evaluation foi usada para classificar a certeza da evidência.
Resultados: Os pacientes submetidos à aplicação de ozônio adjuvante relataram escores de dor mais baixos do que os pacientes do grupo controle em 24 horas após a cirurgia (IC 95%, -3,94 a -1,56) e em 7 dias (IC 95%, -1,67 a -0,78). A análise conjunta de todos os 4 estudos incluídos revelou uma diferença média padronizada (SMD) no inchaço de -0,44 em 24 horas, 0,63 em 72 horas e -0,87 em 7 dias após a cirurgia no grupo experimental. Estimativas médias mais altas na abertura da boca foram experimentadas por pacientes que receberam ozônio em 24 horas (SMD, 2,74; IC 95%, -1,93 a 7,41; 4 estudos, 133 pacientes), 72 horas (SMD, 2,77; IC 95%, -0,63 a 6,17; 4 estudos, 133 pacientes) e 7 dias após a cirurgia (SMD, 1,42 SMD; IC 95%, -1,34 a 4,18; 4 estudos, 133 pacientes).
Implicações práticas: Evidências sugerem que a aplicação de ozônio adjuvante pode oferecer algum benefício para reduzir a dor, melhorar a qualidade de vida e diminuir a ingestão média de analgésicos após cirurgia de terceiro molar mandibular impactado, mas não é eficaz na redução do edema facial e trismo, que pavimenta o caminho para futuras pesquisas.